17/09/2015 | Ferramenta para a avaliação do atropelamento de fauna tem nova versão disponível
Siriema 2.0 foi desenvolvido por pesquisadores da UFRGS com apoio da empresa STE S.A.
Desde o final de julho, a versão em português do Siriema 2.0 – Software Livre de Avaliação Espacial de Mortalidade Animal em Rodovias – pode ser baixada gratuitamente no site www.ufrgs.br/siriema. Desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias (NERF) da UFRGS com apoio da STE – Serviços Técnicos de Engenharia S.A., o programa é uma ferramenta para a avaliação do atropelamento de fauna em rodovias e suporte ao planejamento de medidas mitigadoras desse impacto. A equipe da Gestão Ambiental da duplicação da BR-116/392 utiliza o programa nas atividades de monitoramento da fauna realizadas no empreendimento.
O sistema foi lançado durante workshop promovido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em Brasília, em dezembro de 2014. O Professor Doutor em Ecologia do NERF-UFRGS, Andreas Kindel, explica que até a liberação para download foram feitos testes das funcionalidades do programa e compreensão do manual, correções na saída dos dados e finalização da tradução em português. A expectativa é em breve disponibilizar também a versão em inglês. Até o momento foram realizados 53 downloads do Siriema 2.0 (a primeira versão, de 2011, contabiliza 551), originários de quatro países: Brasil, Portugal, Canadá e Uruguai. O público é dominado por consultores ambientais, seguido de pesquisadores e analistas. “O desejo sempre foi disponibilizar um programa dedicado ao tema e que fosse efetivamente usado pelos consultores e analistas para qualificar a tomada de decisão na avaliação e planejamento da mitigação da mortalidade de fauna em rodovias”, explica Andreas.
O coordenador dos Programas Ambientais relacionados com a fauna da STE S.A., Guillermo Dávila Orozco, afirma que o sistema permite determinar a existência ou não de agregações significativas de atropelamentos, onde estão localizadas estas agregações, realizar simulações da distribuição dos eventos e calcular a mortalidade de indivíduos atropelados. “Estas ferramentas auxiliam na tomada de decisões para melhor instalar medidas mitigadoras, definir a magnitude do impacto, a avaliação das medidas incorporadas e estabelecer a necessidade de continuar ou não monitorando.
Nos dias 3 e 4 de setembro, o NERF realizou um treinamento com a equipe de fauna da STE S.A.. A cooperação entre os envolvidos, avalia Andreas, é fundamental para o aprimoramento do software. “Nossas pesquisas são alimentadas pelas lacunas de conhecimento identificadas por consultores e analistas e essa troca é importante para os dois setores”. O Siriema também deve ser apresentado em um ciclo de workshops com gestores ambientais, empreendedores e consultores, cujo objetivo é discutir orientações técnicas para nortear a avaliação da mortalidade e planejamento da mitigação de impactos em rodovias do Estado.