15/04/2015 | Cuidados com o solo são uma das premissas da Gestão Ambiental da BR-116/392
Em 1989 o dia 15 de abril foi instituído como o Dia Nacional da Conservação do Solo em homenagem a data de nascimento de Hugh Hammond Bennett, conservacionista estadunidense que recebeu destaque por lutar por esta preservação no seu país. No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) definiu que 2015 seria o “Ano Internacional dos Solos”. O objetivo é incentivar uma reflexão do manejo e conversação sustentável deste recurso natural.
Entende-se como solo o intemperismo de rochas por agentes físicos, químicos e biológicos, como a ação da chuva e vento, aliado à matéria orgânica. A manutenção dos solos em condições de realizar suas funções é fundamental para a sobrevivência das espécies e manutenção das atividades humanas, por ser um recurso fundamental para a produção agrícola. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), entre 20 e 40 milhões de hectares de áreas de pastagem no Brasil encontram-se em algum estágio de degradação. Nas obras de duplicação da BR-116/392, um dos 18 Programas Ambientais tem por finalidade implementar a melhor forma técnica de reabilitação ambiental das áreas utilizadas para a construção do empreendimento, as jazidas.
A ecóloga Sharon Paiva, uma das integrantes da equipe da Supervisão Ambiental, explica que o Programa de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD) é executado pelas construtoras responsáveis pela realização das obras e supervisionado pela Gestão Ambiental (STE S.A.). “Acompanhamos periodicamente a extração de material, seu carregamento à rodovia, até a recuperação da área de empréstimo de solo”, falou. O trabalho busca assegurar que sejam aplicadas técnicas conservacionistas visando evitar ou mitigar a ocorrência de impactos negativos, como por exemplo,a erosão hídrica e carreamento de sedimentos, que estão entre as principais causas de perda de solo no país.
Na prática
Foi este acompanhamento periódico que proporcionou a descoberta de uma paleotoca, túnel usado por um extinto tatu gigante. A estranha formação chamou a atenção da equipe durante uma supervisão de rotina em uma das jazidas utilizadas para terraplanagem das obras de duplicação do Contorno de Pelotas. Por indicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Núcleo de Estudos em Paleontologia e Estratigrafia (NEPALE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) foi o responsável por confirmar o primeiro registro de paleotoca no município. A estrutura está sendo preservada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por iniciativa da construtora HAP Engenharia, e transformada em um sítio de visitação.